sábado, 22 de agosto de 2009

Amando a Quem não Merece Nosso Amor


















Baseado no Livro “As Cinco Linguagens do Amor” de Gary Chapman.


Leitura Bíblica: Lucas 6.27,31,32.


Vamos assumir que há uma esposa chamada de Ana e um marido chamado José. E que Ana quer salvar o casamento e José não se importa muito. Obviamente que na vida real os papéis podem ser invertidos.

Na mente de José, ele estava certo e Ana errada. Ele não tinha dificuldades, ela é que era a problemática. Só que, após anos de casamento, a energia emocional de Ana estava esgotada e sua auto-estima destruída. Quando se lê Lucas 6 parece que aquele profundo desafio escrito há mais de dois mil anos era o caminho que Ana procurava. Mas, será que Ana poderia “dar conta daquele recado”? Seria possível amar um cônjuge que se tornou um inimigo? Seria possível que aquele marido mudasse e começasse a expressar amor e cuidado por ela? Fiquei espantado com as próximas palavras de Jesus ditas naquele antigo sermão: “Dai e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante generosamente vos da­rão: porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também. Jesus estabelece aqui um princípio. De modo geral, se formos bondosos e amorosos, todos também terão a tendên­cia de sê-lo conosco. Será que aquele princípio de amar a quem não merece nosso amor funcionaria em um casamento no ponto em que estava o de Ana? E se ela aprendesse a primeira lingua­gem do amor de seu marido e utilizasse-a por um período de tempo de forma que as necessidades emocionais dele fos­sem atendidas? Neste caso específico, toda iniciativa estaria só nas mãos de Ana.

Deixe-me sugerir um plano para iniciar a proposta. Que tal você chegar em casa e dizer a José: “Tenho pensado muito e quero que você saiba que eu gos­taria de ser a melhor esposa do mundo. Então, se tiver alguma sugestão estou aberta para isso. Se preferir pode dar sua opinião depois”. Seja qual for a resposta dada, negativa ou positiva, aceite simplesmente como uma informação. Esta colocação mostrará a ele que algo diferente está para acontecer no rela­cionamento entre vocês dois.

Vamos supor que a primeira linguagem do amor de José seja “To­que Físico”, e que a segunda seja Palavras de Afirmação”. Neste caso, focalize a atenção nestas duas áreas por um mês. Se José conceder-lhe uma sugestão do que você deve fazer para ser uma melhor esposa, aceite essa informação e insira-a em seu plano. Procure traços positivos nele e manifeste apreciação por eles. Pare com as críticas. Se neste mês você tiver motivos para recla­mar, escreva-os em sua caderneta de anotações, ao invés de reclamar para ele. E tome mais iniciativa em tocá-lo fisicamente e também no envolvimento sexual. Sur­preenda-o e seja mais agressiva, não simplesmente para corresponder às investidas dele. Isto pode ser muito difícil! É quase impossível Ana corresponder-se sexualmente com ele, pois ele a ig­nora o tempo todo. Ana sente-se usada e não amada nas relações sexuais. José a trata como se Ana fosse totalmen­te insignificante em outras áreas e, de repente, quer ir para a cama com ela. Pode parecer hipocrisia demons­trar amor sexual quando se tem tantos sentimentos negati­vos por uma pessoa. No caso, se você afirmar ter sentimentos que não nutre, isso é hipo­crisia e esta comunicação falsa não é uma boa forma para se construir um relacionamento íntimo. Porém, se você expres­sar um ato de amor em benefício de outra pessoa, é um ato de escolha.

Após um mês, você pergunta se você melhorou ou não. Pergunte a ele algo como: “Lembra-se quando umas semanas atrás eu lhe disse que gostaria de ser a melhor esposa do mundo? Seria possível você me dizer o que tem achado? Seja qual for a resposta, aceite-a como uma informação. Ele pode ser sarcástico, frívolo, hostil ou positi­vo. Seja qual for a resposta dele, não argumente, aceite-a e assegure-lhe que você fala sério e realmente quer ser a melhor esposa do mundo, e se ele tiver sugestões, você está aberta para elas. Além do mais, mantenha o hábito de interrogá-lo uma vez por mês, durante os seis primeiros meses. Quando ele der o primeiro re­torno positivo, você saberá que seus esforços começam a modificá-lo emocionalmente. Uma semana depois de você receber o primeiro retorno po­sitivo, quero que faça um pedido a José — algo que gosta­ria que ele fizesse, e esteja relacionado com sua primeira lin­guagem do amor. Por exemplo, você pode­ria dizer algo parecido com: “Sabe o que eu estou com vontade de fazer? Você se lembra de como nós costumávamos passear juntos? Eu gostaria tanto que fóssemos na praça, só nós dois. Você acha que seria possível?” O pedido tem que ser específico, não geral. Não diga algo como: “Sabe, gostaria muito que a gente pudesse gastar mais tempo juntos”. Isso é muito vago.

Nos seis meses que se seguiram, Ana viu uma tremen­da mudança na atitude e no tratamento de José para com ela. Nos primeiros 30 dias ele estava frívolo e lidou com a situação de forma superficial. Porém, após o segundo mês, ela já recebeu dele o retorno positivo de seus esforços. Nos últimos quatro meses, ele respondeu positivamente a quase todos os seus pedidos, e seus sentimentos para com ela começaram a sofrer uma drástica mudança.

Talvez você precise de um milagre em seu casamento. Por que não tenta colocar em prática a experiência de Ana? Diga a seu cônjuge o que tem pensado sobre o casamento dos dois, e que gostaria de fazer o possível para suprir da forma melhor as necessidades dele. Peça sugestões de como me­lhorar. As propostas que forem dadas servirão de dicas para que se descubra sua primeira linguagem do amor. Se ele não fizer alguma sugestão, tente descobrir sua lin­guagem do amor através das reclamações feitas ao longo dos anos. Então, durante seis meses, focalize sua atenção naque­la linguagem. Ao final de cada mês, solicite um retorno de como você evolui por intermédio de outras sugestões. Quando seu cônjuge demonstrar melhoras, espere uma semana e então faça um pedido específico. A solicitação de­verá ser de algo que realmente apreciaria que ele fizes­se por você. Se ele decidir atendê-la, saberá que ele tomará aquela atitude com o objetivo de suprir suas necessidades. Se ele não atender seu pedido, continue a amá-lo. Talvez no próximo mês você receba uma resposta positi­va. Se seu cônjuge começar a falar sua linguagem do amor através do atendimento a seus pedidos, as emoções positi­vas sobre ele voltarão e, a seu tempo, seu casamento renascerá. Não posso garantir os resultados, mas são muitas as pessoas que experimentaram os mila­gres do amor.