Como falaremos a linguagem do amor um do outro, quando nossos corações estão cheios de mágoa, raiva e ressentimento por fracassos anteriores? A resposta a esta pergunta encontra-se na essência de nossa humanidade. Somos criaturas que fazemos escolhas. Isso significa que temos a capacidade de tomar decisões erradas, o que todos nós já fizemos. Já criticamos pessoas e situações e magoamos muita gente. Não nos orgulhamos dessas escolhas apesar de, no momento, termos justificativas para tê-las feito. Mas atitudes realizadas no passado não implica que devamos tornar a fazê-las no futuro. Tenho visto casamentos que estavam à beira do divórcio serem resgatados após o casal tomar a decisão de se amarem na linguagem um do outro. O amor não apaga o passado, mas altera o futuro. Quando escolhemos expressar nosso amor de forma mais ativa, e utilizamos para isso a primeira linguagem de nosso cônjuge, criamos um clima emocional que pode curar as feridas dos conflitos e fracassos de nosso passado.
É comum as pessoas terem um namoro muito legal e casarem-se muito apaixonados. Depois de casados, experimentam uma adaptação normal nos primeiros anos, mas sempre perseguem o sonho de uma vida tranquila juntos. Entretanto, após um determinado período, a nuvem da paixão dissipa-se, e se eles não aprenderam a falar a primeira linguagem do amor um do outro, certamente virá frases como “eu simplesmente não a(o) amo mais”, ou “nosso relacionamento esvaziou-se” ou “não tenho mais prazer com a companhia dela(e)”. Nesses casos, está hevendo uma confusão entre “paixão” e “necessidade emocional” de sentir-se amado. Esses dois conceitos são completamente diferentes. A paixão está no nível dos instintos. Não é premeditada; simplesmente acontece em um contexto normal do relacionamento entre o macho e a fêmea. Pode ser fomentado ou abafado, mas não surge com base em uma escolha consciente. É de vivência curta e parece servir à humanidade com a mesma função da chamada para o acasalamento dos gansos selvagens.
No entanto, depois de certo tempo, descemos das alturas para o mundo real. Paixão é temporária. A paixão supre, temporariamente, a carência emocional do amor. Passa-nos a sensação de que alguém se preocupa conosco, admira-nos e aprecia-nos. Entretanto, aqui está as chave, se nosso cônjuge aprendeu a falar nossa primeira linguagem do amor, nossa necessidade de sermos amados continuará a ser satisfeita. Se, por outro lado, ele, ou ela, não fala nossa linguagem, nosso “tanque” aos poucos secará, e deixaremos de nos sentir amados.
Suprir essa necessidade de nosso cônjuge é, definitivamente, uma decisão. Quando a paixão terminar, isto quase não será percebido por ela, pois seu “tanque” emocional será sempre cheio. No entanto, se eu não compreender sua primeira linguagem quando ela colocar os pés no chão, terá os anseios naturais de quem não possui as carências emocionais supridas. Em razão de viver alguns anos com o “tanque” do amor vazio, talvez venha a apaixonar-se novamente por outra pessoa e o ciclo outra vez se repetirá.
Sabiam que as estatísticas dizem que 60% dos segundos casamentos terminam em divórcio? Sabiam que o divórcio tem graves efeitos nos filhos? Que se você vai para um segundo casamento com os mesmos problemas (mal humor, esquisitices), esses problemas não se resolverão instantaneamente? Que a paixão é temporária e tem que haver alguma outra forma de suprir as necessidades emocionais? A dica para renovar o casamento é falar frequentemente a linguagem do amor um do outro e resolver, o quanto antes, os vários conflitos que certamente vão aparecer.
Mas o que fazer se a primeira linguagem de nosso cônjuge não for algo natural a nós? Existe somente uma razão para fazermos: Amor. Fazer só por amor. Daí, conclui-se que, quando você precisa fazer algo que não é natural, essa expressão de amor torna-se muito maior e mais significativa. A maioria de nós faz, diariamente, muitas coisas que não são naturais. Para alguns, o próprio levantar pela manhã já é algo difícil. Porém, lutamos contra nossos sentimentos e saímos da cama. Por quê? Acreditamos que algo naquele dia compensará aquele “sacrifício”. E, normalmente, antes que o dia termine, sentimo-nos bem por termos tomado aquela decisão. Nossas ações precedem nossas emoções.
O mesmo ocorre com o amor. Descobrimos a primeira linguagem do amor de nosso cônjuge e tomamos a decisão de aprender a falá-la, quer ela nos seja natural ou não. Simplesmente, escolhemos fazê-lo para o bem daquele (a) a quem amamos. Com isso, seu “tanque do amor” enche-se e há chances de que a recíproca também ocorra de forma que ele também fale a nossa primeira linguagem. Amar é uma decisão. E cada cônjuge pode iniciar esse processo hoje mesmo.