sábado, 27 de março de 2010

Amar é um Ato de Escolha





Baseado no livro “As Cinco Linguagens do Amor”, de Gary Chapman.
Como falaremos a linguagem do amor um do outro, quando nossos corações estão cheios de mágoa, raiva e res­sentimento por fracassos anteriores? A resposta a esta per­gunta encontra-se na essência de nossa humanidade. Somos criaturas que fazemos escolhas. Isso significa que temos a capacidade de tomar decisões erradas, o que todos nós já fizemos. Já criticamos pessoas e situações e magoamos mui­ta gente. Não nos orgulhamos dessas escolhas apesar de, no momento, termos justificativas para tê-las feito. Mas atitu­des realizadas no passado não implica que devamos tornar a fazê-las no futuro. Tenho visto casamentos que esta­vam à beira do divórcio serem resgatados após o casal tomar a decisão de se amarem na linguagem um do outro. O amor não apaga o passado, mas altera o futuro. Quando escolhemos expressar nosso amor de forma mais ativa, e utilizamos para isso a primeira linguagem de nosso cônjuge, criamos um clima emocional que pode curar as fe­ridas dos conflitos e fracassos de nosso passado.
É comum as pessoas terem um namoro muito legal e casarem-se muito apaixonados. Depois de casados, experimentam uma adaptação normal nos primeiros anos, mas sempre perseguem o sonho de uma vida tranquila juntos. Entretanto, após um determinado período, a nu­vem da paixão dissipa-se, e se eles não aprenderam a falar a primeira linguagem do amor um do ou­tro, certamente virá frases como “eu simplesmente não a(o) amo mais”, ou “nosso relacionamento esvaziou-se” ou “não tenho mais prazer com a companhia dela(e)”. Nesses casos, está hevendo uma confusão entre paixão” e “necessidade emocional” de sentir-se amado. Esses dois conceitos são completamen­te diferentes. A paixão está no nível dos instintos. Não é premeditada; simples­mente acontece em um contexto normal do relacionamento entre o macho e a fêmea. Pode ser fomentado ou abafado, mas não surge com base em uma escolha consciente. É de vivência curta e parece ser­vir à humanidade com a mesma função da chamada para o acasalamento dos gansos selvagens.
No entanto, depois de certo tempo, descemos das alturas para o mundo real. Paixão é temporária. A paixão supre, temporariamente, a carência emocional do amor. Passa-nos a sensação de que alguém se preocu­pa conosco, admira-nos e aprecia-nos. Entretanto, aqui está as chave, se nosso cônjuge aprendeu a falar nossa pri­meira linguagem do amor, nossa necessidade de sermos amados continuará a ser satisfeita. Se, por outro lado, ele, ou ela, não fala nossa linguagem, nosso “tanque” aos poucos secará, e deixaremos de nos sentir amados.
Suprir essa ne­cessidade de nosso cônjuge é, definitivamente, uma decisão. Quando a paixão terminar, isto quase não será percebido por ela, pois seu “tanque” emocional será sem­pre cheio. No entanto, se eu não compreender sua pri­meira linguagem quando ela co­locar os pés no chão, terá os anseios naturais de quem não possui as carências emocionais supridas. Em razão de viver alguns anos com o “tanque” do amor vazio, talvez venha a apaixonar-se novamente por outra pessoa e o ciclo outra vez se repetirá.
Sabiam que as estatísticas dizem que 60% dos segundos casamentos ter­minam em divórcio? Sabiam que o divórcio tem graves efeitos nos filhos? Que se você vai para um segundo casamento com os mesmos problemas (mal humor, esquisitices), esses problemas não se resolverão instantaneamente? Que a paixão é temporária e tem que haver alguma outra forma de suprir as necessidades emocionais? A dica para renovar o casamento é falar frequentemente a linguagem do amor um do outro e resolver, o quanto antes, os vários conflitos que certamente vão aparecer.
Mas o que fazer se a primeira linguagem de nosso cônjuge não for algo natural a nós? Existe somente uma razão para fazermos: Amor. Fazer só por amor. Daí, conclui-se que, quando você preci­sa fazer algo que não é natural, essa expressão de amor torna-se muito maior e mais significativa. A maioria de nós faz, diariamente, muitas coisas que não são naturais. Para alguns, o próprio levantar pela ma­nhã já é algo difícil. Porém, lutamos contra nossos sentimen­tos e saímos da cama. Por quê? Acreditamos que algo na­quele dia compensará aquele “sacrifício”. E, normalmente, antes que o dia termine, sentimo-nos bem por termos toma­do aquela decisão. Nossas ações precedem nossas emoções.
O mesmo ocorre com o amor. Descobrimos a primeira linguagem do amor de nosso cônjuge e tomamos a decisão de aprender a falá-la, quer ela nos seja natural ou não. Simples­mente, escolhemos fazê-lo para o bem daquele (a) a quem amamos. Com isso, seu “tanque do amor” enche-se e há chances de que a recíproca também ocorra de forma que ele também fale a nossa primeira linguagem. Amar é uma decisão. E cada cônjuge pode iniciar esse processo hoje mesmo.