sábado, 5 de setembro de 2009

O Segredo do Casamento


Baseado no texto "O Segredo do Casamento" disponível em: http://www.kanitz.com.br/veja/segredo.asp

Meus amigos separados não cansam de me perguntar como eu consegui ficar casado trinta anos com a mesma mulher. As mulheres, sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.

Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo.

Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas, dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue.

Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade, já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que me casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa, se não me engano, está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes do que eu.

O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo no fundo, é renovar o casamento, e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos, é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, voltar a se vender, seduzir e ser seduzido.

Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua de mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção?

Sem falar nos inúmeros quilos que se acrescentaram a você, depois do casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 quilos num único mês, por que vocês não podem conseguir o mesmo? Faça de conta que você está de caso novo. Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo e a maquiagem. Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge.

Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas. Muitas vezes não é sua esposa que está ficando chata e mofada, são os amigos dela (e talvez os seus), são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração. Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo círculo de amigos.

Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas, se você se separar, sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas, e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.

Não existe essa tal "estabilidade do casamento", nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma "relação estável", mas saber mudar junto. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensando fazer no início do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, por que não fazer na própria família? É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.

Portanto, descubra o novo homem ou a nova mulher que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo e interessante par. Tenho certeza de que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso, de vez em quando, é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par.

Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)

Editora Abril, Revista Veja, edição 1922, ano 38, nº 37, 14 de setembro de 2005, página 24

sábado, 22 de agosto de 2009

Amando a Quem não Merece Nosso Amor


















Baseado no Livro “As Cinco Linguagens do Amor” de Gary Chapman.


Leitura Bíblica: Lucas 6.27,31,32.


Vamos assumir que há uma esposa chamada de Ana e um marido chamado José. E que Ana quer salvar o casamento e José não se importa muito. Obviamente que na vida real os papéis podem ser invertidos.

Na mente de José, ele estava certo e Ana errada. Ele não tinha dificuldades, ela é que era a problemática. Só que, após anos de casamento, a energia emocional de Ana estava esgotada e sua auto-estima destruída. Quando se lê Lucas 6 parece que aquele profundo desafio escrito há mais de dois mil anos era o caminho que Ana procurava. Mas, será que Ana poderia “dar conta daquele recado”? Seria possível amar um cônjuge que se tornou um inimigo? Seria possível que aquele marido mudasse e começasse a expressar amor e cuidado por ela? Fiquei espantado com as próximas palavras de Jesus ditas naquele antigo sermão: “Dai e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante generosamente vos da­rão: porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também. Jesus estabelece aqui um princípio. De modo geral, se formos bondosos e amorosos, todos também terão a tendên­cia de sê-lo conosco. Será que aquele princípio de amar a quem não merece nosso amor funcionaria em um casamento no ponto em que estava o de Ana? E se ela aprendesse a primeira lingua­gem do amor de seu marido e utilizasse-a por um período de tempo de forma que as necessidades emocionais dele fos­sem atendidas? Neste caso específico, toda iniciativa estaria só nas mãos de Ana.

Deixe-me sugerir um plano para iniciar a proposta. Que tal você chegar em casa e dizer a José: “Tenho pensado muito e quero que você saiba que eu gos­taria de ser a melhor esposa do mundo. Então, se tiver alguma sugestão estou aberta para isso. Se preferir pode dar sua opinião depois”. Seja qual for a resposta dada, negativa ou positiva, aceite simplesmente como uma informação. Esta colocação mostrará a ele que algo diferente está para acontecer no rela­cionamento entre vocês dois.

Vamos supor que a primeira linguagem do amor de José seja “To­que Físico”, e que a segunda seja Palavras de Afirmação”. Neste caso, focalize a atenção nestas duas áreas por um mês. Se José conceder-lhe uma sugestão do que você deve fazer para ser uma melhor esposa, aceite essa informação e insira-a em seu plano. Procure traços positivos nele e manifeste apreciação por eles. Pare com as críticas. Se neste mês você tiver motivos para recla­mar, escreva-os em sua caderneta de anotações, ao invés de reclamar para ele. E tome mais iniciativa em tocá-lo fisicamente e também no envolvimento sexual. Sur­preenda-o e seja mais agressiva, não simplesmente para corresponder às investidas dele. Isto pode ser muito difícil! É quase impossível Ana corresponder-se sexualmente com ele, pois ele a ig­nora o tempo todo. Ana sente-se usada e não amada nas relações sexuais. José a trata como se Ana fosse totalmen­te insignificante em outras áreas e, de repente, quer ir para a cama com ela. Pode parecer hipocrisia demons­trar amor sexual quando se tem tantos sentimentos negati­vos por uma pessoa. No caso, se você afirmar ter sentimentos que não nutre, isso é hipo­crisia e esta comunicação falsa não é uma boa forma para se construir um relacionamento íntimo. Porém, se você expres­sar um ato de amor em benefício de outra pessoa, é um ato de escolha.

Após um mês, você pergunta se você melhorou ou não. Pergunte a ele algo como: “Lembra-se quando umas semanas atrás eu lhe disse que gostaria de ser a melhor esposa do mundo? Seria possível você me dizer o que tem achado? Seja qual for a resposta, aceite-a como uma informação. Ele pode ser sarcástico, frívolo, hostil ou positi­vo. Seja qual for a resposta dele, não argumente, aceite-a e assegure-lhe que você fala sério e realmente quer ser a melhor esposa do mundo, e se ele tiver sugestões, você está aberta para elas. Além do mais, mantenha o hábito de interrogá-lo uma vez por mês, durante os seis primeiros meses. Quando ele der o primeiro re­torno positivo, você saberá que seus esforços começam a modificá-lo emocionalmente. Uma semana depois de você receber o primeiro retorno po­sitivo, quero que faça um pedido a José — algo que gosta­ria que ele fizesse, e esteja relacionado com sua primeira lin­guagem do amor. Por exemplo, você pode­ria dizer algo parecido com: “Sabe o que eu estou com vontade de fazer? Você se lembra de como nós costumávamos passear juntos? Eu gostaria tanto que fóssemos na praça, só nós dois. Você acha que seria possível?” O pedido tem que ser específico, não geral. Não diga algo como: “Sabe, gostaria muito que a gente pudesse gastar mais tempo juntos”. Isso é muito vago.

Nos seis meses que se seguiram, Ana viu uma tremen­da mudança na atitude e no tratamento de José para com ela. Nos primeiros 30 dias ele estava frívolo e lidou com a situação de forma superficial. Porém, após o segundo mês, ela já recebeu dele o retorno positivo de seus esforços. Nos últimos quatro meses, ele respondeu positivamente a quase todos os seus pedidos, e seus sentimentos para com ela começaram a sofrer uma drástica mudança.

Talvez você precise de um milagre em seu casamento. Por que não tenta colocar em prática a experiência de Ana? Diga a seu cônjuge o que tem pensado sobre o casamento dos dois, e que gostaria de fazer o possível para suprir da forma melhor as necessidades dele. Peça sugestões de como me­lhorar. As propostas que forem dadas servirão de dicas para que se descubra sua primeira linguagem do amor. Se ele não fizer alguma sugestão, tente descobrir sua lin­guagem do amor através das reclamações feitas ao longo dos anos. Então, durante seis meses, focalize sua atenção naque­la linguagem. Ao final de cada mês, solicite um retorno de como você evolui por intermédio de outras sugestões. Quando seu cônjuge demonstrar melhoras, espere uma semana e então faça um pedido específico. A solicitação de­verá ser de algo que realmente apreciaria que ele fizes­se por você. Se ele decidir atendê-la, saberá que ele tomará aquela atitude com o objetivo de suprir suas necessidades. Se ele não atender seu pedido, continue a amá-lo. Talvez no próximo mês você receba uma resposta positi­va. Se seu cônjuge começar a falar sua linguagem do amor através do atendimento a seus pedidos, as emoções positi­vas sobre ele voltarão e, a seu tempo, seu casamento renascerá. Não posso garantir os resultados, mas são muitas as pessoas que experimentaram os mila­gres do amor.

sábado, 20 de junho de 2009

A Quarta Linguagem do Amor: Formas de Servir

Baseado no Livro "As Cinco Linguagens do Amor", de Gary Chapman.

Estas formas de servir podem ser as mais variadas possíveis, tais como preparar uma boa refeição, pôr uma mesa bem arrumada, lavar a louça, passar o aspirador, arrumar a cômoda, limpar o pente, tirar os cabelos da pia, remover as manchinhas brancas do espelho, lavar o carro, levar o lixo para fora, trocar a fralda do bebê, pintar o quarto, aspirar a estante, limpar a garagem, cortar a grama, tirar o mato do jardim, levar o cachorro para passear, enfim, todas formas de serviço. Para que sejam realizadas é necessário pensar, planejar e executar (dispêndio de força e energia). Se feitas de forma certa, são incontestáveis expressões de amor.

Vamos tentar uma coisa. Quero que cada um de vocês façam uma lista de 3 ou 4 pedidos que gostaria que o conjuge fizesse de forma a levar vocês a se sentir amado. Vamos dar 5 minutos para essa tarefa. Você pode realizar os pedidos de seu conjuge? Saiba que você não é obrigado, porém, se as realizar, serão comunicadas como expressões de amor!

É importante fazer três observações. Primeira, o que fazemos um para o outro antes do casamento, não é garantia de que continuaremos a fazê-lo depois de casados. Antes do matrimônio somos levados pela força da paixão. Após o casamento, voltamos a ser as pessoas que éramos antes de nos apaixonarmos. Nossas ações são influenciadas pelo modelo de nossos pais, nossa própria personalidade, nossa percepção do amor, nossas emoções, necessidades e nossos desejos. E isso me leva à segunda verdade: Amor é uma decisão, e não pode ser coagido. A partir do ponto em que decidiram fazer pedidos um ao outro, e não cobranças, o casamento tomou outro rumo. Críticas e cobranças não levam a lugar algum. O excesso de cobranças pode até levar um cônjuge a concordar com o outro. Ele (ela) pode fazer as coisas do modo dela (dele) mas, muito provavelmente, aquela não será uma expressão de amor. Cada um de nós decide diariamente amar ou não nossos cônjuges. Se escolhermos gostar dele, então a expressão desse amor da forma que seu cônjuge solicita, torná-lo-á mais efetivo em termos emocionais. Há uma terceira verdade, que somente é ouvida pelos amantes mais maduros. As críticas de meu cônjuge sobre meu comportamento, fornecem-me dicas “quentes” a respeito de sua primeira linguagem do amor. As pessoas tendem a criticar mais seus cônjuges na área em que eles mesmos têm suas mais profundas necessidades emocionais.

Capacho ou Amante? Um capacho é um objeto inanimado. Você pode limpar seus pés nele, chutá-lo, colocá-lo de lado, ou fazer qualquer outra coisa que deseje. Ele não tem vontade própria. Pode servir a seu dono, mas não amá-lo. Quando nós, homens, tratamos nossas esposas como objetos, excluímos a possibi¬lidade de receber amor. Manipulação que utiliza a culpa (“Se você for realmente uma boa esposa, fará isso para mim”), não é uma linguagem do amor. Coação pelo medo (“Acho melhor você fazer isso para mim, senão se arrependerá”) também não tem nada a ver com o amor. Ninguém deve ser capacho. Temos a habilidade de tomar decisões e de agir. Usar ou manipular outras pessoas não é um ato de amor, mas de traição.

Superando os Estereótipos. O aprendizado da linguagem do amor “Formas de Servir” implica que examinemos nossos estereótipos dos papéis de esposo e esposa. Um marido faz o que a maioria dos maridos realiza normalmente. Seguem o modelo dos papéis assumidos pelos pais. Porém, nem isso se realiza direito. Não resta a menor dúvida de que não é usual um marido ser ver limpando a casa nem trocando as fraldas do bebê. Ainda bem que para alguns maridos ter boa vontade em quebrar o seu estereótipo ao perceber como essas coisas eram importantes para a esposa. Saibam: isso será necessário para todos nós se a primeira linguagem do amor de nossos cônjuges solicitar algo que pareça inadequado a nosso papel. Devido às mudanças sociológicas dos últimos trinta anos, não há mais um estereótipo comum dos papéis do esposo e da esposa na sociedade moderna. Isso não significa, contudo, que todos os estereótipos tenham desaparecido, mas que o número deles multiplicou. Sejam quais forem suas percepções a respeito, é muito provável que seu cônjuge possua expectativas diferentes a respeito dos papéis conjugais. E necessário “vontade política” para examinar e mudar estereótipos, e assim expressar amor de forma mais efetiva. Lembre-se, não há recompensas para se manter esses estereótipos; por outro lado, há benefícios tremendos em atender às necessidades emocionais de seu cônjuge.

Se você quiser mudar para o bem de seu conjuge a atitude a tomar será simples, mas não será fácil. Teremos que trabalhar duro para quebrar o estereótipo com o qual convivemos a muito tempo. Não será “do dia para a noite”, mas ele com certeza poderá dizer que aprender a primeira linguagem do amor de seu conjuge, e decidir-se por utilizá-la, fará uma diferença tremenda no clima emocional de seu casamento.

sábado, 4 de abril de 2009

A Segunda Linguagem do Amor: Qualidade de Tempo


Baseado no Livro "As Cinco Linguagens do Amor", de Gary Chapman.


Uma esposa pode falar o seguinte do seu marido: “Fulano é um bom provedor, mas não gasta tempo algum comigo! Do que me servem a casa, o carro novo e as demais coisas se não os curtimos juntos?”. O que tal esposa desejava? A resposta é: ter um tempo de qualidade com seu marido. Ela queria que ele focalizasse nela a sua atenção, que lhe dedicasse mais tempo e pudessem realizar algumas atividades juntos. Quando digo “Qualidade do Tempo” desejo afirmar que você deve dedicar a alguém sua inteira atenção, sem dividi-la. Não significa sentar no sofá e assistir televisão. Quando o tempo é gasto dessa forma, quem recebe a atenção são as estações de TV, e não o cônjuge. O que pretendo afirmar é algo como sentar-se no sofá com a TV desligada, olhar um para o outro e conversar, no processo de dedicação mútua. É dar um passeio juntos, só os dois. É ambos saírem para comer fora.

Um único remédio não pode curar todas as enfermidades. Se você aprendeu a primeira linguagem do amor, as palavras de afirmação, e as pôs em prática, mas ainda não viu grandes resultados, pode ser que a primeira linguagem do amor de seu cônjuge não seja palavras de afirmação, mas sim, qualidade de tempo. Se sim, faça uma lista das coisas que seu cônjuge gostaria que vocês fizessem juntos. E busque praticá-las.

O aspecto central da “qualidade de tempo” é estar sempre juntos. Não quero dizer simples proximidade. Duas pessoas sentadas em uma mesma sala estão próximas, mas não necessariamente juntas. O estar junto tem a ver com o focalizar a atenção. Quando um pai está sentado no chão brincando com seu filho de 2 anos, sua atenção está focalizada na criança e não na bola. Se, no entanto, o pai fala ao telefone enquanto chuta a bola para o filho, sua atenção está dividida. Se um marido assiste a um jogo na TV ao mesmo tempo em que conversa com a sua esposa não lhe concede qualidade de tempo, pois ela não recebe sua total atenção. A atividade por si mesma é secundária. A importância é emocional e refere-se à atenção total que concedemos e recebemos. A atividade proporciona a interação. A atividade significa que nos importamos um com o outro. Da mesma forma que as Palavras de Afirmação, a linguagem da Qualidade do Tempo também possui vários dialetos. Vamos estudar alguns.

Conversa de Qualidade: é a existência de um diálogo acolhedor onde duas pessoas compartilham experiências, pensamentos, emoções e desejos, de forma amigável, e em um contexto sem interrupções. A maioria das pessoas que reclamam que seus cônjuges não conversam, raramente tomam parte de algum diálogo mais íntimo. É bem diferente das palavras de afirmação, as quais focalizam no que afirmamos, enquanto que a conversa de qualidade focaliza o que ouvimos. A maioria de nós não sabe ouvir. Somos mais eficientes em pensar e falar. Mas se quisermos comunicar o amor, precisamos aprender. Algumas dicas: (1) olhe nos olhos de seu cônjuge quando ele lhe falar alguma coisa; (2) não faça outra coisa enquanto ouve o seu cônjuge; (3) “escute” o sentimento (não necessariamente as palavras), ou seja, pergunte a si mesmo o tipo de emoção que seu cônjuge sente no momento; (4) observe a linguagem corporal; (5) não interrompa.

Aprendendo a Falar: uma conversa de qualidade requer não somente consideração ao ouvir, mas também disposição em expor-se. Quando uma esposa diz: “Gostaria tanto que meu marido conversasse comigo! Nunca sei o que ele pensa ou sente...” Ela está clamando por intimidade; quer sentir-se próxima de seu esposo. Mas como sentir-se ao lado de alguém a quem não conhece? Para que ela se sinta amada, o marido precisa aprender a se expor. Se a primeira linguagem do amor dela for qualidade de tempo e seu dialeto for conversa de qualidade, seu tanque emocional nunca estará completo até que ele partilhe com ela seus pensamentos e sentimentos. Para muitos de nós, o expor-se não é nada fácil. Uma dica: três vezes por dia anote as situações e os seus sentimentos. Dessa forma você descobrirá a sua natureza emocional.

Tipos de Personalidade: Há dois tipos de personalidades. O primeiro chamarei de “Mar Morto”, porque só recebe e não retribui. Ele adquire muitas experiências, emoções e diversos pensamentos ao longo do dia. Possui um amplo reservatório onde armazena informações e sente-se feliz em não falar. Em outro extremo, encontra-se o “Riacho Rápido”. Ele é do tipo que, o que passa pelos olhos ou ouvidos leva no máximo 60 segundos até que saia pela boca. Elas não têm reservatório. É comum que Riacho Rápido e Mar Morto casem-se. Porém, cinco anos após o casamento, o Riacho Rápido acordará em uma bela manhã e dirá: “Estamos casados há cinco anos mas eu não o conheço!” Dica: Todos os dias cada um falará sobre três situações que ocorreram durante dia e os sentimentos que tiveram em relação a elas. Esse método é chamado de “Dose Mínima Diária” para um casamento saudável.

Atividades de Qualidade: é qualquer coisa pela qual um ou os dois se interessem. A ênfase não está no que se faz, mas no porquê decidiu-se realizá-lo. Se sua esposa cresceu assistindo a concertos e óperas e você não, você ainda assim o marido vai, não para assistir ao concerto em si, mas para demonstrar amor à esposa. Talvez nunca chegará a ser um especialista em ópera, mas certamente diplomou-se em demonstrar amor à esposa. Há muitas outras atividades, como: plantar um jardim, ouvir músicas, piqueniques, caminhar, lavar o carro juntos, etc. Como achar tempo para essas atividades? Será bem difícil, mas implica que teremos que abri mão de alguma outra coisa que gostamos, para fazer algo que, podemos não gostar tanto assim. Mas será que compensa? Sem sombra de dúvida!

terça-feira, 17 de março de 2009

As Cinco Linguagens do Amor


Primeira Linguagem: Palavras de Afirmação



Baseado no Livro "
As cinco linguagens do amor" de Gary Chapman.


Uma forma de se expressar o amor emocional é utilizar palavras que edificam. Salomão escreveu: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto” (Pv 18.21). Muitos casais nunca aprenderam o tremendo poder de uma afirmação verbal mútua. Mais tarde esse rei acrescentou: “A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra” (Pv 12.25). Palavras de afirmação são uma das cinco linguagens básicas do amor. Dentro desse idioma, no entanto, há vários dialetos. O psicólogo William James diz que, possivelmente, a mais profunda necessidade humana é a de ser apreciado (a). Palavras de afirmação poderão suprir essa necessidade em muitas pessoas.

Palavras de Elogio: Elogios verbais e palavras de apreciação são poderosos comunicadores do amor. São melhores comunicados em forma de expressão simples e direta, como: (1) “Você ficou tão elegante com esse terno!”; (2) “Você está muito bem com esse vestido!”; (3) “Ninguém faz essas batatas melhor que você!”; ou (4) “Querido, muito obrigada por ter lavado a louça para mim esta noite!”. Qual o resultado se o cônjuge ouvir esse tipo de palavras de afirmação regularmente? Queres que o teu cônjuge faça algo? Saiba que o elogio verbal pode ser muito motivador. Não sugiro que use de bajulação para conseguir o que deseja do seu cônjuge. O objetivo do amor não é obter o que se quer, mas fazer algo pelo bem-estar daquele a quem se ama. É verdade, porém, que ao recebermos palavras elogiosas, de afirmação, tornamo-nos mais motivados a sermos recíprocos e a fazermos algo que nosso cônjuge deseje.

Palavras Encorajadoras: O termo significa “inspirar coragem”. Em determinadas fases da vida todos nós nos sentimos inseguros. Não possuímos a coragem necessária, e esse medo impede-nos de realizarmos certos atos positivos que gostaríamos de concretizar. A maioria de nós possui mais potencial do que poderíamos imaginar que tivéssemos. O que nos segura é, na maioria das vezes, a falta de coragem. O potencial latente de seu cônjuge, nessas áreas de instabilidade, talvez espere suas palavras de encorajamento. Talvez seu cônjuge possua alguma qualidade que tenha grande potencial, mas se encontre adormecida. Perceba que não falo para pressionar seu cônjuge a fazer alguma coisa que você queira que ele realize.

Palavras Bondosas: O amor é esplendoroso. Se desejamos comunicá-lo de forma verbal devemos utilizar palavras bondosas. Isso tem a ver com a forma como nos expressamos. Uma mesma sentença pode ter dois diferentes significados, dependendo de como ela é apresentada. Algumas vezes nossas palavras dizem uma coisa, mas o tom de voz afirma outra completamente diferente. O cônjuge interpreta a mensagem pelo tom de voz e não pelas palavras que usamos. A frase: “Eu faço questão de lavar a louça hoje a noite”, dita em tom de voz cavernosa, não será recebida como uma expressão de amor. A maneira como falamos é extremamente importante. O rei Salomão disse: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1). Quando seu cônjuge estiver bravo, deprimido e disser palavras agressivas, você pode optar por permanecer gentil e não responder agressivamente, mas usará palavras brandas. Receba o que ele diz como uma comunicação do seu estado emocional. Permita que ele externe sua ira, raiva e sua percepção da situação. Procure enxergar de seu ponto de vista e então expresse de forma bondosa e gentil sua opinião sobre o porquê dele(a) se sentir daquela forma. Nenhum de nós é perfeito. No casamento nem sempre fazemos o melhor ou o mais certo. Fazemos e dizemos coisas duras a nossos cônjuges. Devemos confessar e concordar que fizemos mal. Peçamos perdão e tentemos agir diferentes no futuro. O perdão é o caminho do amor.

Palavras Humildes: O amor faz solicitações não imposições. Quando dou ordens a meu cônjuge, torno-me pai (mãe) e ele (a) filho (a). No casamento não somos perfeitos, mas somos parceiros. Se vamos desenvolver um relacionamento íntimo, precisamos conhecer os desejos um do outro. Se queremos amar um ao outro, precisamos saber o que o cônjuge deseja. No entanto, a forma como expressamos esses desejos é muito importante. Se os colocamos como ordens, eliminamos as possibilidades da intimidade e afugentamos nosso cônjuge. Se, no entanto, expressamos nossas necessidades e desejos como pedidos, apontaremos um caminho, mas não empurraremos ninguém para ele. Quando alguém faz um pedido amoroso a seu cônjuge, afirma as habilidades dele. Faz entender que ele possui, ou pode fazer algo, que é significativo ou valioso para o outro.

Se você não é um homem ou mulher que gosta de expressar palavras amorosas; se essa não é a sua primeira linguagem, mas acha que é a de seu cônjuge eu sugiro que adquira uma caderneta e chame-a de “palavras de afirmação”. Quando você ler um artigo ou livro romântico escreva ali algumas palavras de afirmação que tenha gostado. Com o tempo, você terá colecionado uma lista de palavras para serem usadas ao transmitir amor ao seu cônjuge. Outra coisa boa é pronunciar palavras de afirmação de forma indireta, ou seja, dizer palavras positivas sobre o seu cônjuge mesmo na ausência dele. Alguém vai transmitir para ele. Outra coisa é escrever as palavras de afirmação. A vantagem é que frases escritas podem ser lidas várias vezes.


Esconder e Achar


Baseado no Livro “Meditações Diárias para Casais” de Dennis e Barbara Rainey.


Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. Gn 3.8.


Você já brincou da brincadeira de esconde-esconde quando era criança? Você era melhor se escondendo ou achando? Eu era melhor me escondendo. Geralmente ninguém conseguia me achar. Mas, passado algum tempo, apesar da alegria de não ter sido descoberto, eu me sentia um tanto solitário. E essa solidão me levava a sair do esconderijo para me sentir livre e integrado ao grupo.

Do mesmo modo, muitos de nós somos mais adeptos do esconder do que do achar em nossos relacionamentos. A raça humana é bem treinada em esconder-se – estamos fazendo isso desde o início dos tempos. Quando Adão e Eva se envolveram em problema no Éden, qual foi a primeira coisa que fizeram? Correram e se esconderam. Esconderam-se um do outro para esconder a sua nudez e, depois, tentaram esconder-se para encobrir sua desobediência a Deus.

Daquele ponto em diante temos usado máscaras em nossos relacionamentos, tanto com Deus como com os seres humanos. Escondemo-nos porque ficamos receosos de sermos desmascarados, permitindo que nos vejam como realmente somos. Achamos que, se os outros descobrirem as nossas faltas, eles nos rejeitarão.

A verdade é que Deus não nos criou para que nos escondamos. No jardim ele procurou Adão e Eva. Hoje ele nos procura e nos desafia a sair de nosso isolamento pecaminoso, de tal forma a sermos descobertos tanto por Deus quanto pelos nossos cônjuges.

Para que uma pessoa desejaria se esconder? Será que é porque temos medo de sermos magoados?

As relações íntimas podem ser dolorosas. Não deveria ser assim, mas nenhum relacionamento humano tem mais atos de esconder e ser magoado do que o casamento. Por que será que isso ocorre? É dentro do casamento que duas pessoas procuram conhecer uma a outra e ser conhecida uma da outra. É trágico que algumas pessoas se casem para deixar de ser só, mas logo se tornam mais isoladas do que quando eram solteiras.

Geralmente marido e mulher começam a afastar-se um do outro tão devagarzinho que dificilmente percebem o quanto já se distanciaram um do outro. Depois, passados alguns anos escondendo-se e comunicando-se mal, notam que o amor, que era romântico, se deteriorou.

É a razão porque muitos casamentos, aparentemente bem sucedidos, nada mais são do que duas pessoas de sucesso, independentes, levando cada qual a sua própria vida. Eles não são amigos, nem parceiros na vida conjugal.

Como vencer essa tendência ao isolamento?

Creio que a coisa mais importante que você pode fazer como casal é orar juntos regularmente. Se houver um problema no casal, ou se resolve o problema e ora, ou vamos dormir amuados. Devido ao compromisso de terminar o dia em oração, aprendemos a construir pontes de entendimento entre nós, perdoando-nos mutuamente, e então oramos. Orar juntos evita que nos escondamos um do outro.


Pense e Comente:

  • Você está escondendo uma parte de sua vida de seu cônjuge ou de Deus?
  • Quando foi a última vez que vocês oraram juntos como casal? Vamos fazê-lo agora?
Ore: Para ser verdadeiramente encontrado tanto por Deus quanto pelo seu cônjuge e que Deus os ajude para que vocês possam orar juntos regularmente.

sábado, 31 de janeiro de 2009

O Modelo do Relacionamento da Trindade na Família


Baseado no texto “A Família nos Planos de Deus” da Revista Palavra Viva, Editora Cultura Cristã.

Texto Básico: Mateus 19:3-9.

Estatísticas revelam que cerca de um milhão de divórcios acontecem anualmente nos Estados Unidos! Mesmo aqui no Brasil, cada vez mais, pessoas se envolvem ou são afetadas pelo divórcio. E, cada vez mais, jovens buscam soluções diferentes para o seu relacionamento com o sexo oposto: se não der não deu, ou se não der certo separa-se. O principal motivo para isso é que a família deixou de ser importante. Não se vê hoje vantagens em se formar uma família estável e de acordo com o padrão de Deus. “Separação acontece com todo mundo”, dizem alguns. Afirmam que a instituição familiar como a conhecemos (marido, mulher e filhos vivendo juntos num lar sob a liderança masculina) é algo recente e cultural, podendo essa proposta ser alterada pela sociedade a seu critério. Mas a Bíblia apresenta a família como idéia de Deus desde a Criação, como fonte de bem-estar para o ser humano. Qual a conseqüência disso nas famílias atuais? As famílias estão ficando melhores ou piores?

Não é de hoje que o ser humano quer diminuir a importância da família. Um grupo de fariseus perguntou se era lícito um homem repudiar a sua mulher (Mt 19.3). Na resposta que lhes deu duas vezes Jesus fez alusão ao princípio (vs. 4,8). Primeiro ele disse que no princípio criou Deus o homem e a mulher para se casarem e serem uma só carne e não deviam se separar. Com essa resposta, Jesus deixou claro que a família não é uma invenção recente, mas que estava na mente do Criador desde o princípio. Depois, quando os fariseus, citando a Lei, disseram que Moisés permitiu o divórcio, Jesus replicou que aquilo havia acontecido por causa da dureza do coração humano, mas que não havia sido assim no princípio.

Como foi a origem da família no princípio? ... Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança... Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou (Gn 1.26,27). Quando ele diz “façamos”, com quem Deus estava falando? Com os anjos? Certamente que não. Os anjos não são co-criadores e, além disso, em nenhum lugar da Bíblia é dito que os homens foram criados à imagem e semelhança dos anjos. Deus estava falando consigo mesmo dentro da Trindade. O Pai, o Filho e o Espírito Santo conversavam sobre como criariam o homem. A melhor explicação da “imagem e semelhança” é a do espelho. O homem funciona como um espelho que reflete o caráter e alguns atributos divinos. Então, nesse caso, o casamento descrito em Gn 2.24 precisa refletir o caráter divino. Descontadas as diferenças, o casamento é um modelo do relacionamento que há na Trindade. Deus idealizou que homem e mulher em seu relacionamento espelhassem o relacionamento da Santíssima Trindade.

E como é o relacionamento da Trindade? Em muitos aspectos vai além do nosso entendimento, mas Jesus deixou transparecer um pouco de como funcionavam as coisas dentro da Trindade. Ele disse em oração: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer” (Jo 17.4). Então há cooperação e confiança dentro da Trindade. Ele disse também: “glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (Jo 17.5). Note que relacionamento maravilhoso, Jesus disse que tinha glória (honra ou louvor). Jesus continua: “todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas” (Jo 17.10). Isto nos fala da maravilhosa comunhão que há na Trindade. Quando Jesus pede que o Pai proteja os discípulos, ele diz: “guarda-os em teu nome, que me deste” (Jo17.11). O nome do Pai refere-se ao poder e autoridade do Pai. Jesus, nesta mesma oração, menciona a unidade que há entre o Pai e o Filho: “e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós” (v.21). E o amor com que o Pai tem amado o Filho: “a fim de que o amor com que me amaste esteja neles” (v.26).

Todo esse amor, segurança, cooperação, confiança, comunhão e honra que há na Trindade, Deus idealizou para a família, quando disse: “façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança”.

Para Reflexão:

1) Qual o princípio da Criação para a família?
2) Como é o relacionamento da Trindade?
3) Como está o modelo do relacionamento da Trindade na sua família?
4) O que você vai fazer para restaurar ou consolidar o modelo da Trindade na sua família?