sábado, 21 de abril de 2012

O cavaleiro de armadura reluzente


Do livro "Homens são de Marte Mulheres são de Vênus", de John Gray.

No fundo de cada homem há um herói ou um cavaleiro de armadura reluzente. Mais que qualquer coisa, ele quer obter sucesso em servir e proteger a mulher a quem ele ama. Quando sente que tem a confiança dela, ele é capaz de assumir o seu lado nobre. Torna-se mais carinhoso. Quando não sente que tem a confiança dela, ele perde um pouco de sua vivacidade e energia e, depois de algum tempo, pode parar de se importar.

Imagine um cavaleiro de armadura reluzente viajando pelo campo. De repente ele ouve uma mulher chorando com sofrimento. Num minuto ele se reaviva. Impelindo seu cavalo a um galope, corre até o castelo, onde ela está aprisionada por um dragão. O nobre cavaleiro saca a sua espada e mata o dragão. Como resultado é recebido amavelmente pela princesa, ele é recebido como herói e ele e a princesa se apaixonam.

Um mês depois, o nobre cavaleiro sai em outra viagem. No caminho de volta, ouve sua bem-amada princesa clamando por ajuda. Outro dragão atacou o castelo. Quando o caveleiro chega, saca sua espada para matar o dragão. Antes de desferir o golpe, a princesa grita da torre, "Não use sua espada, use esse laço. Vai funcionar melhor". Ela lhe atira o laço e o instrui sobre como usá-lo. Ele segue suas instruções hesitantemente. Ele o enrola ao redor do pescoço do dragão e puxa com força. O dragão morre e todos se rejubilam.

No jantar de comemoração, o cavaleiro sente que não fez nada realmente. De alguma forma, o fato de ter usado o laço e não a espada, faz com que ele não se sinta merecedor da confiança e da admiração da cidade. Depois do acontecido, ele fica um pouco deprimido e esquece de lustrar a sua armadura.

Um mês depois ele sai em uma nova viagem. Quando ele sai com sua espada, a princesa lembra-lhe para ter cuidado e lhe diz para levar o laço. No caminho de volta ele vê mais um dragão atacando o castelo. Dessa vez ele se precipita com sua espada, mas hesita pensando que talvez devesse usar o laço. Nesse momento de hesitação o dragão sopra fogo e queima seu braço direito. Confuso, ele olha para cima e vê sua princesa acenando da janela do castelo. "Use esse veneno", ela grita. "O laço não funciona". Ela lhe atira o veneno, que ele derrama na boca do dragão e morre. Todo mundo se rejubila e comemora, mas o cavaleiro se sente envergonhado.

Um mês depois ele faz outra viagem. Ao sair com a espada a princesa recomenda-lhe para ter cuidado e levar o laço e o veneno. Ele fica irritado com a sugestão, mas leva-os por precaução.

Dessa vez, na sua jornada, ele ouve uma outra mulher em sofrimento. Quando ele corre ao seu chamado, sua depressão é suspensa e ele se sente confiante e animado. Mas quando saca a sua espada para matar o dragão, ele hesita de novo. Ele pensa, será que devo usar minha espada, o laço ou o veneno? O que a princesa diria? Por um momento ele fica confuso. Mas aí então ele se lembra de como ele se sentia antes de conhecer a princesa, e volta aos dias em que só carregava uma espada. Com uma explosão de confiança renovada, joga fora o laço e o veneno e ataca o dragão com sua espada de confiança. Ele mata o dragão e os habitantes da cidade se rejubilam.

O cavaleiro de armadura reluzente nunca mais voltou para sua princesa. Ele permaneceu nessa nova vila e viveu feliz desde então. Tempos depois acabou se casando, mas só após ter certeza de que sua nova parceira não entendia nada de laços e venenos... :-)

Lembrar-se de que dentro de cada homem há um cavaleiro de armadura reluzente é uma metáfora poderosa para ajudá-la a se lembrar das necessidades primordias de um homem. Apesar de um homem poder apreciar carinho e assistência, abusar disso vai diminuir sua confiança ou desestimulá-lo. Mulheres, por favor, pensem nisso!

Dentro desse contexto, eu lembro de Mical, que ridicularizou Davi, só porque o julgou mal diante da dança de Davi (2 Samuel 6.14-23). Mas a Bíblia é bastante clara ao dizer que Davi dançou "para o Senhor" (2Sm 6.14, 16). Comentário infeliz o de Mical, que resultou que ela nunca teve filhos (2Sm 6.23), o que naquela época significava uma grande desonra para as mulheres.