segunda-feira, 18 de julho de 2011

Deixará o homem seus pais e unir-se-a a uma estranha?

por Saulo Queiroz.

Lembro-me há uns anos atrás, quando ainda era solteiro, um colega de trabalho casado dizer para mim que no casamento a mulher é uma "estranha". "Não é tua mãe ou pai, nem teu filho, é uma estranha com quem tu dorme e acorda, mas não tem relação nenhuma contigo", dizia ele. Igual a ele muitos não conseguem ver diferente e a razão é a mesma: possuem uma noção de casamento contrária àquela estabelecida pelo próprio dono da definição de casamento. Ensinou Jesus "Mas desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão os dois uma só carne; assim já não são mais dois, mas uma só carne. Porquanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem" Marcos 10:6-7.

Contrariando a essência da definição original de casamento cada geração que passa vê no casamento uma das mais fracas instituições familiares, quando ela devia ser a mais forte. Á exceção dos casos em que um ou ambos cônjuges são irremediavelmente danosos à alma um do outro (exemplos pontuais 1 Coríntios 7:13-14; Mateus 5:32), o casamento deveria ser sempre encarado como a mais importante relação familiar de um ser humano. No entanto, muitos parecem não pensar assim. Há quem julgue ou aja como dando mais importância ao seu relacionamento com pai/mãe do que com a esposa. "Meus pais são sangue do meu sangue", pensam eles. Outros dizem "meu filho/filha é mais importante que tudo pra mim", colocando assim o cônjuge em plano secundário em relação a outros familiares. Tudo isso são visões gravemente distorcidas daquilo que deveria ser casamento. Quem não consegue enxergar no seu cônjuge o familiar mais importante acima de pais e filhos, está mutilado e totalmente privado de sentir.

Se um homem (mulher) não consegue enxergar numa mulher (homem) alguém com quem possa estabelecer um relacionamento familiar mais forte do que com pais ou com futuros filhos, então esse alguém não devia nem "se juntar" com outrem posto que nada o faria saborear a dádiva divina do casamento tal como graciosamente instituído por Deus para os homens. Ou seja, esse alguém não é apto para casar conforme a definição de Deus e, mesmo que case, não será casado (pelo menos não pela ótica daquele que inventou esse negócio) pois não tem o requisito fundamental. Ao colocar o relacionamento familiar com o cônjuge atrás de qualquer outro tais acabam por negar aquilo que julgam ser mais importante, caindo assim numa contradição.

Se alguém diz "meus pais são sangue do meu sangue, mas minha cônjuge não é, por isso é menos importante." Contudo esse alguém esquecesse de reconhecer que a mãe dele não veio do pai e vice-versa. Da mesma forma seu filho não nasce senão de uma "estranha" que nem o gerou nem por ele foi gerada. Sendo assim, no final das contas, o equilíbrio só vem quando os cônjuges entendem que estão formando uma nova família e que essa é mais importante pra eles que qualquer outra, do contrário o próprio curso da sua existência estaria em risco. É interessante notar que isso não significa menosprezar os demais laços familiares, trata-se apenas de reconhecer qual a principal para que novas famílias sejam saudavelmente estabelecidas.

Assim o "deixar pai e mãe" dá a outrem a oportunidade de também terem um pai e uma mãe. Feliz é aquele que vê no seu cônjuge seu principal relacionamento familiar pois esse verdadeiramente descobriu o sabor desta invenção divina chamada casamento.

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